A desigualdade de gênero em se tratando de homens e mulheres no mercado de trabalho é uma questão que ainda gera discussões e motiva a lutar por mudanças.
Afinal, como é possível minimizar os episódios de assédio para focar na carreira profissional? Como ser ouvida de forma respeitosa no ambiente de trabalho? São algumas dúvidas que rondam a cabeça de quem busca se afirmar no mundo corporativo.
De acordo com dados do Ministério do Trabalho, até agosto de 2017, foram registradas 340 denúncias de assédio contra mulheres junto ao órgão. O número é 2,5% maior do que o ano anterior. A consultoria Protivi estimou que, nos dez últimos anos, um montante de 168.965 denúncias foram registradas em 229 empresas.
A prática do assédio, em muitos casos, está relacionada também aos padrões de fala de homens e mulheres dentro do mundo corporativo. Independentemente da hierarquia, os homens tendem a dar mais ordens e fazerem mais cobranças do que as mulheres.
Como ser ouvida: os diferentes padrões de fala
A análise dos padrões de fala de homens e mulheres no mercado de trabalho nos remete a tempos passados. Segundo a membro do Harvard Bussiness Review, Deborah Tannen, desde cedo meninas e meninos tendem a interagir com pessoas do mesmo sexo.
Esse grupo fechado acaba criando suas próprias formas de relação social. Entre os homens, de acordo com a especialista, é evidente a presença de um líder do grupo – aquele que dita quais são as regras do jogo. E, não raramente, esse grupo entra em disputa na intenção de superar um ao outro.
Já as mulheres, mesmo em meio a um grupo, tendem a falar de forma que minimize a autoridade. Neste caso, aquela que se sobressai em relação às outras pode ser vista de forma pejorativa como “mandona”.
Há uma série de outros fatores que influenciam nossa conduta além do gênero. Mas também existem tendências e comportamentos que homens e mulheres desenvolvem na relação com os grupos do mesmo sexo.
Confiança e assertividade nas reuniões
De acordo com as especialistas da Harvard Business School, há um consenso de que a forma com que as mulheres foram socializadas ao longo do tempo implica em uma certa falta de confiança. Essa insegurança, por vezes, tem relação direta com a conquista de um lugar de fala diante do coletivo.
Como ser ouvida? A melhor resposta para essa questão é: tomar o discurso para si. Em um ambiente de trabalho, os homens costumam chamar mais a atenção para seus feitos em comparação às mulheres.
Fora isso, em um contexto de encontros ou reuniões, muitas vezes as mulheres têm seus comentários desqualificados diante de ofensas ou agressões verbais. Lidar com interrupções, respostas atravessadas, ou ainda o descrédito em sugestões e palpites, é parte do processo de saber como ser ouvida.
Mas não se pode obrigar ninguém a suportar tal constrangimento. Primeiro, é essencial estabelecer uma linha de raciocínio clara como forma de buscar uma maior assertividade.
O ritmo e a intonação da fala também influenciam diretamente na conquista da atenção do público e da confirmação do lugar de fala em meio ao coletivo. Um raciocínio bem embasado e sem rodeios é mais difícil de ser interrompido.
Como lidar com as interrupções?
Como ser ouvida no ambiente de trabalho sem ser interrompida? Essa é uma questão que até mesmo estudiosos se dedicaram a compreender. Um levantamento da Universidade de Washington chegou a conclusão que os homens interrompem 33% mais as mulheres do que se estivessem conversando com outro homem.
Um levantamento de 2012, da Universidade Brigham Young, nos Estados Unidos, descobriu que os homens falam, em média, 75% do tempo durante as reuniões de trabalho. O silenciamento das mulheres, inclusive, decorre das eventuais intromissões e agressões verbais a que, infelizmente, estão sujeitas.
Seja uma violência verbal, uma agressão não verbal (quando apenas o gestual indica a desqualificação ou desrespeito) ou até a desqualificação verbal (quando o interlocutor simplesmente ignora e não concede a fala a outrem), qualquer postura deste tipo deve ser contestada. O desafio de como ser ouvida também passa pela tarefa de saber como ser respeitada.
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